A distribuição interna de gases combustíveis em instalações residenciais

Fonte: revistaadnormas.com.br

Conheça os requisitos mínimos exigíveis para o projeto e a execução de redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais.

redes de gás Normalmente, as redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais envolve tubulações e equipamentos, aparentes ou embutidos, destinados ao transporte, disposição e/ou controle de fluxo de gás em uma edificação, conforme projeto específico elaborado de acordo com as normas técnicas a fim de não se correr riscos. No Brasil, há dois tipos de gás normalizados e comercializados para estes fins em condomínios.

O gás natural tem como principal característica o fato de não precisar de botijões ou cilindros para armazenamento do produto, pois o fornecimento é continuo e interligado a rede pública deste componente, mas que somente uma parte das cidades possuem redes de concessionarias para este abastecimento. O GLP é o abastecido por rede de botijões nas regiões onde não possuem abastecimento de concessionarias, e esse sistema requer a instalação de cilindros de gás, normalmente no térreo da edificação, sendo o abastecimento periódico e realizado por caminhões das concessionárias.

Em ambos os sistemas, o fornecimento até as unidades será feito por encanamento, que poderá ser instalado de forma embutida ou aparente. Esses sistemas também têm a opção de medição individualizada. O caminhamento da tubulação depende da distância entre o abrigo do medidor de gás e o ponto de consumo (fogão e aquecedor).

No abastecimento de gás, nos casos onde houver negligencia na manutenção pode-se considerar que existe um alto grau de riscos em uma edificação que poderão gerar acidentes ou danos à estrutura da edificação. Assim, além da instalação conforme a norma técnica, deve-se ter uma atenção especial às manutenções e ensaios aos sistemas de forma sistêmica e rotineira.

No Brasil, o gás é utilizado em residências principalmente no aquecimento de chuveiros e em fornos. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), o gás de cozinha é a energia que garante o preparo de refeições nos lares de 95% das famílias brasileiras. Em regiões mais frias do globo, como Europa e América do Norte, o gás também é utilizado para alimentar o sistema de aquecimento das casas.

A NBR 15526 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais – Projeto e execução estabelece os requisitos mínimos exigíveis para o projeto e a execução de redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais que não excedam a pressão de operação de 150 kPa (1,53 kgf/cm²) e que possam ser abastecidas tanto por canalização de rua como por uma central de gás, sendo o gás conduzido até os pontos de utilização através de um sistema de tubulações.

Aplica-se aos seguintes gases combustíveis: gás natural (GN), gases liquefeitos de petróleo (GLP, propano, butano) em fase vapor e mistura ar-GLP. Não se aplica a: instalações constituídas de um só aparelho a gás ligado a um único recipiente com capacidade volumétrica inferior a 32 L (0,032m³); instalações no qual o gás for utilizado em instalações não residenciais. Nestes casos deve-se utilizar a NBR 15358 – Rede de distribuição interna para gás combustível em instalações de uso não residencial de até 400 kPa – Projeto e execução.

A não ser que seja especificado de outra forma pela autoridade competente, não há intenção de que os requisitos desta norma sejam aplicados às instalações que já existiam ou tiveram sua construção e rede de distribuição interna aprovadas anteriormente à data de publicação desta norma (dezembro de 2012). Os requisitos estabelecidos podem ser complementados pela autoridade competente em função de legislação e necessidades específicas locais.

As instalações para gases combustíveis tratadas nesta norma devem ser utilizadas em residências, comércios, ou outras localidades que possuam em seu interior aparelhos a gás, como fornos e fogões, chapas, assadeiras, fritadeiras, churrasqueiras, cafeteiras, aquecedores de água, geradoras de água quente, aquecedores de ambiente, lareiras, máquinas de lavar e secar roupa, geladeiras e freezers, aparelhos de iluminação e decoração, entre outros aparelhos a gás.

Para a rede de distribuição interna recomenda-se que sejam providenciados, pelo seu responsável, os seguintes documentos: projeto e memorial de cálculo, incluindo isométrico da rede, identificação dos materiais, diâmetro e comprimento da tubulação, tipo e localização de válvulas e acessórios, tipo de gás a que se destina; atualização do projeto conforme construído (as built); laudo do ensaio de estanqueidade; registro de liberação da rede para utilização em carga; anotação de responsabilidade técnica (ART) de elaboração do projeto, da execução da instalação e do ensaio de estanqueidade; ART de inspeção ou manutenção (modificação e extensão de instalação), quando houver.

Após a execução do ensaio de estanqueidade deve ser emitido o laudo técnico ou documento equivalente correspondente por profissional habilitado. As regulamentações legais (leis, decretos, portarias no âmbito federal, estadual ou municipal) aplicáveis devem ser observadas no projeto, execução e inspeção da rede de distribuição interna.

Recomenda-se que sejam realizadas inspeções periódicas na rede de distribuição interna. Caso sejam realizadas, recomenda-se que sejam realizadas em períodos máximos de cinco anos, ou de acordo com definição da autoridade competente, podendo variar para menos em função de riscos decorrentes das situações construtivas, das condições ambientais (em especial aquelas sujeitas a atmosfera corrosiva) e de uso, de acordo com avaliação e registros realizados pelo responsável da inspeção.

Em caso de indícios de vazamento de gás, deve ser realizada inspeção imediata da rede de distribuição interna e tomadas as providências necessárias para sua eliminação. O resultado da inspeção deve ser registrado e deve estar disponível para verificação junto à documentação da rede de distribuição interna.

O dimensionamento deve ser realizado para atendimento dos dois gases combustíveis (GN e GLP), selecionando-se os maiores diâmetros de tubos, trecho a trecho da instalação. É proibida a instalação da tubulação da rede de distribuição interna aparente em espaços fechados que possibilitem o acúmulo de gás eventualmente vazado ou que dificultem inspeção e manutenção.

O dimensionamento da tubulação de gás deve ser realizado de modo a atender à máxima vazão necessária para suprir os aparelhos a gás, considerando a pressão adequada para sua operação. Cada trecho de tubulação deve ser dimensionado computando-se a soma das vazões dos aparelhos a gás por ele servidos e a perda de carga máxima admitida.

Em casos de dimensionamento de rede de distribuição interna para suprimento de aparelhos a gás adicionais, deve também ser verificado o dimensionamento da rede existente para garantir adequada capacidade para o novo suprimento. A pressão de entrega, densidade e poder calorífico do gás combustível para realização do dimensionamento devem ser obtidos junto à entidade devidamente autorizada pelo poder público a distribuir gás combustível.

As tubulações devem contar com suportes adequados com área de contato devidamente protegida contra corrosão e é proibido que elas estejam apoiadas, amarradas ou fixadas a tubulações existentes de condução de água, vapor ou outros, nem a instalações elétricas. A distância entre os suportes das tubulações deve ser tal que não as submeta a esforços que possam provocar deformações.

No caso de tubulações de cobre, estas distâncias devem seguir o especificado na NBR 15345 – Instalação predial de tubos e conexões de cobre e ligas de cobre – Procedimento. Deve-se evitar a formação de pilha galvânica gerada a partir do contato de dois materiais metálicos de composição distinta, isolando-os através de um elemento plástico apropriado, evitando assim o contato direto entre a tubulação e o suporte.

A tubulação da rede de distribuição interna embutida pode atravessar elementos estruturais (lajes, vigas, paredes etc.), seja transversal ou longitudinal, desde que não exista o contato entre a tubulação embutida e estes elementos estruturais, de forma a evitar tensões inerentes à estrutura da edificação sobre a tubulação. Quando for utilizado tubo-luva, a relação da área da seção transversal da tubulação e do tubo-luva deve ser de no mínimo 1 para 1,5.

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